(Poema em sete estrofes)
Cartola mágica que trazes
no bojo, ilusão e esperança,
símbolo da alegria que comprazes
que é sempre fortaleza e segurança.
Fortaleza, porque dás o braço.
Segurança, porque és porto amigo.
E no meio desse amor me abraso,
e com louvor eu sempre te bendigo.
Não te falo e é este o meu pecado,
por medo inútil de perder o encanto;
não é melhor um verso recitado
do que mil palavras derramadas em pranto?
Se minha palavra fere, quero ser mudo!
Se minha atitude falha, ser dura pedra devia !
Prefiro estar morto a tudo
antes de entristecer-te um dia.
Mas se meu verso teu coração toca
e o júbilo ou a alegria teu peito inflama,
mais e mais versos dirá minha boca,
pois é isto que o meu ser exclama !
Poderia estender-me pela eternidade
a te dizer coisas, -oh alma da minha alma!
- mas a realidade diária, a vacuidade,
e o meu espírito indômito pedem calma.
Me recolho certo de que um dia,
não no tempo nem no espaço,
mas no âmago do divino ser, que ía
frutificando em luz em seu regaço,
encontraremos juntos a felicidade,
a paz, a esperança a alegria e o amor
semeando e colhendo na celestial cidade
longe de misérias, violência e dor!